Faixas, cartazes, bandeirolas e adornos foram carregados por alunos, professores, diretores, coordenadores, secretários e demais membros que compõem a Rede Municipal de Ensino em Fronteiras, em protesto no Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A culminância da Campanha Faça Bonito, aconteceu na tarde deste sábado (18), às 17h. A concentração ocorreu em frente a Secretaria Municipal de Educação, onde reuniram crianças, adolescentes, alunos e o corpo docente de todas as escolas do município. Logo em seguida os manifestantes passearam pelas ruas com destino a praça central onde houve diversas apresentações teatrais alusivas a Semana de 18 de Maio.
As escolas que compõem a Rede Municipal de Ensino em Fronteiras são: Unidade Escolar Municipal Conceição de Maria Gomes Alves de Sousa Bezerra. Unidade Escolar Municipal Nossa Senhora de Fátima, Unidade Escolar Herminio Jose Ribeiro, Unidade Escolar José Aquiles de Sousa e Centro de Educação Infantil José Aquiles Filho.
A mobilização foi desenvolvida através da gestão municipal da prefeita Maria José Ayres de Sousa, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, Secretaria de Educação e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA).
Após a chegada na praça, a secretária de Educação, Verônica Pereira, representando a prefeita Maria José, fez uso da palavra para agradecer aos alunos, secretários, diretores, coordenadores, secretariado que compõe administração municipal e toda população fronteirense. Verônica também chamou atenção para que atos de violência sejam denunciados através do disque 100.
“É de grande importância que esses eventos sejam realizados para chamar atenção da população e denunciar casos de exploração sexual infanto juvenil para divulgar o serviço especializado de combate a violência sexual desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Fronteiras por meio de nossas escolas, secretarias e instituições para o atendimento das crianças, adolescentes e seus familiares”, ressaltou.
“Pesquisas apontam que a pobreza e a exclusão social vitimizam crianças e adolescentes pelas condições que são exploradas […] que neste dia possamos refletir sobre nossas ações e juntos ecoarmos os gritos de socorro que nossas crianças e adolescentes silenciam”, exclamou Verônica.
Várias apresentações teatrais encenadas por alunos de todas as escolas municipais abrilhantaram a noite com a culminância da campanha.
No decorrer das apresentações, a representante do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e também assistente social, Ana Pricielly, fez também uso da palavra onde chamou a atenção de todos os participantes para que façam observações em relação a mobilização e o comprometimento do município com a causa.
“Vamos olhar ao nosso lado todos estes cartazes, camisas e símbolos que trazemos. Eles servem para mostrar o comprometimento do município com a causa. É um fator que não deve ser visto apenas hoje. O combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes deve ser feito todos os dias do ano. É importante conhecer, pois podemos combater com mais força”, enfatizou a assistente social.
Aluna do 8º ano B, da Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima, Ingrid Maria, disse que o momento é de grande importância para conscientizar as pessoas, crianças e adolescentes, visto os frequentes casos de jovens e crianças que são vítimas no seio da sociedade.
“Vou levar para casa o aprendizado, o incentivo e tentar apoiar jovens que já sofreram situações de abuso e violência a superarem o trauma, seguindo a vida em frente deixando o passado trágico e ruim para trás”, afirmou Ingrid.
Charllany Agnna é estudante da Unidade Escolar José Aquiles de Sousa, o Sousão, em Fronteiras, e relatou que o ato desperta a atenção de crianças e adolescentes.
“É uma campanha que serve para relembrar o que aconteceu há muito tempo atrás e não poderia faltar. É um incentivo muito bom para crianças e adolescentes para que assim fiquemos atentos, pois isso pode acontecer com todos nós”, relatou a aluna.
A diretora do Sousão, Graça Silva, declarou que os alunos tiveram grande envolvimento, ao mesmo tempo em que fizeram o convite aos pais para participarem da campanha.
“Os alunos se envolveram com pesquisas, apresentações, cartazes. Estudaram muito e elaboram poemas sobre o tema”, ressaltou.
“O 18 de maio na Unidade Escolar José Aquiles de Sousa, foi excelente”, destacou a diretora Graça.
A diretora do Centro de Educação Infantil José Aquiles Filho, Cícera Vanda, ressaltou que a metodologia utilizada para as crianças da escola foi através de dinâmicas lúdicas como forma de fazer com que a comunicação alcançasse a conscientização sem provocar impacto.
“Foi através de músicas e coreografias que trabalhamos com crianças com idade de 4 e 5 anos, pois são crianças que já estão em processo de construção de identidade bem encaminhado”, pontuou.
“É notório o entendimento das crianças porque qualquer assunto eles já perguntam para gente e fazem questionamentos. É uma campanha muito boa”, explicou a diretora.
O Dia Nacional de Combate contra Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes foi instituído pela Lei Federal nº9.970/00, no dia 18 de Maio do ano 2000. A lei foi criada devido a um crime bárbaro que chocou o país precisamente no dia 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória, no Estado do Espírito Santo, sudeste brasileiro. O crime ficou conhecido como o “Caso Araceli”.
Araceli Sanches era uma criança de 8 anos de idade que teve todos os seus direitos humanos violados. Araceli foi intoxicada, violentada e morta. Apesar da natureza hedionda, o crime ainda hoje está impune.
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Texto: CidadesNaNet
Fotos: CidadesNaNet/ Lagoa do Rato
