14 de julho de 2015

NETA HOMENAGEIA AVÓ APÓS 50 ANOS DE SEU FALECIMENTO





Às Margens do Rio Grande, a Caminhada de um Homem...

 

 Joaquim Gomes Sobrinho

(Quinco Gomes)

 

50 Anos!

O que são os anos passados?

Para alguns, apenas passado...

Para alguns, algo a ser esquecido...

Para alguns, a memória edificante...

Para nós, familiares de Joaquim Gomes Sobrinho,

A lembrança viva em cada um de nós,

A saudade eterna sempre presente em nossas vidas!

Hoje, dia 5 de julho de 2015

O tempo é saudade presença, pois jamais esquecido!

Estamos hoje a rezar e a agradecer à vida que nos deu vida!

 

Joaquim Gomes Sobrinho foi um Homem plural, até em seu nome identidade...

Ora Joaquim Benedito, ora Joaquim Gomes, ora Quinco Gomes, ora seu Quinco, ora Veim, ora Pai Véi, ora Pai, ora Padrinho Quinco...

Este Homem plural...

Nasce às margens do Rio Riachão, na verdade o conhecido Rio Grande

Que de tão grande, também, recebe muitos nomes...

Um Homem alto, de olhos claros, com coragem de guerreiro...

Caminha como a água do rio, sempre avante, sem parar...

O Rio é sempre presente!

 

Como boi solto no pasto, livre e conquistador, foge para o outro lado do Rio

Vindo acampar em sua juventude em terras,

Também às margens do Rio Grande, em solo do Socorro...

Na Barra de José Ribeiro!

Fez-se vaqueiro de profissão e de vida...

Vaqueja o gado e a beleza da donzela,

A Primogênita do fazendeiro amigo...

Encontra seu grande amor primeiro: Josefa Maria de Sousa!

 

Como boi solto no pasto, livre e conquistador, foge para o outro lado do Rio

Às margens do Rio Grande, nas Piranhas de seu tio, Major Gomes,

Guarda o seu tesouro encontrado às margens do Rio Grande...

Na Barra de José Ribeiro.

Do amor primeiro encontrado às margens do Rio Grande,

Nasce José, Antônio, Edson e Constâncio,

Também às margens do Rio Grande, próximo à oiticica,

Vai-se seu amor primeiro, embora para sempre!

Vai Josefa repousar às margens do Rio Socorro, no Cemitério do Poço,

Que desagua no Rio Grande,

Os quatro frutos primeiros, já foram embora para sempre,

Como as águas do Rio Grande, para nunca mais voltar...

Como as lágrimas que escorrem dos nossos olhos,

Do choro a soluçar...

 

 

 

Como boi solto no pasto, livre e conquistador, foge para o outro lado do Rio,

Às margens do mesmo Rio, na Barra de José Ribeiro,

Encontra seu amor segundo: Maria de Sousa Santa!

Para seus filhos órfãos outra mãe encontrar...

Às margens do Rio Grande, companheiro perene da sua caminhada!

Novo alento, novo amor, nova família...

Nasce Bertinho, Josefa e Nelson!

Às margens do Riacho do Mel,

Vai-se Santa, seu amor segundo, embora para sempre!

Como as águas do Rio que passam para nunca mais voltar...

Santa se despede dos sete filhos queridos,

Também para repousar às margens do Rio Socorro,

No Cemitério do Poço!

 

Como boi solto no pasto, livre e conquistador, foge para o outro lado do Rio,

Homem viúvo duas vezes, tristezas e muita labuta,

Com sete filhos a cuidar!

Caminha como a água do rio, sempre avante, sem parar...

O Rio é sempre presente!

Uma jovem donzela, branca como a neve,

De nome Das Neves, assume os afazeres domésticos,

Na casa da Boa Vista duas vezes órfã;

Às margens do Riacho do Mel...

O amor acontece...

Nasce Valdir Gomes, o seu oitavo filho,

De todos muito querido, mas um dia foi-se embora

Para as terras do Goiás e até a presente data

Não voltou às margens do Riacho do Mel...

 

Como boi solto no pasto, livre e conquistador, volta pra margem do Rio,

Lugar onde nasceu na margem do Riachão!

Riachão em festa, em festa o coração!

Às margens do Rio Grande encontra seu amor terceiro, Rosa Gomes de Carvalho,

Uma Rosa perfumada, bela e muito faceira...

A enfeitar as paisagens da Terra de Santa Ana, esposa de São Joaquim,

Padroeira de Riachão!

Às margens do Rio Riachão, o mesmo Rio Grande,

Companheiro perene de sua caminhada, ali mesmo se casa,

Com a Rosa encontrada do mesmo chão, mesmo berço,

Para nova família formar!

 

Encantando e encantado trás sua Rosa bela e perfumada,

Para o outro lado do Rio e construir a grande família,

Na margem do Riacho do Mel, pois como as águas do Riacho

Que desaguam no Rio Grande todos agora são uma só família...

Nasce Hermes, Máximo, Fábia, Osvalda,

João, Eulália, Adalbertina, Rosa,

Beatriz, Vicente e Josefina...

Agora a grande família já somam dezenove,

Do amor paternal de Joaquim Gomes Sobrinho.

Prole grande e bela que cresce às margens do Riacho do Mel,

Representante fiel da floração, da caatinga,

O grande número de abelhas a produzir o mel,

Assim são todos os filhos de Joaquim Gomes Sobrinho,

Nascer, crescer, trabalhar às margens do Riacho do Mel e nunca esquecer

Que o Rio é sempre presente com todos os sedimentos e balseiros

Próprios do existir...

 

Companheiro perene da sua caminhada...

O Rio é sempre presente do nascer, na primeira morada,

À última morada...

Dia 5 de julho de 1965, às margens do Riacho do Mel,

Vai-se o Homem plural, altivo, guerreiro e conquistador...

Repousar para sempre às margens do Riacho do Gavião,

Na cidade de Fronteiras, que desagua no Rio Socorro, que desagua no Rio Grande!

Como as águas do Rio que passam para nunca mais voltar!

Joaquim Gomes Sobrinho e o rio foram imortalizados

Nos versos do poeta Melo*:

Os rios que eu encontro

vão seguindo comigo.

Rios são de água pouca,

em que a água sempre está por um fio.

Cortados no verão

que faz secar todos os rios.

Rios todos com nome

e que abraço como a amigos.

Uns com nome de gente,

outros com nome de bicho,

uns com nome de santo,

muitos só com apelido.

Mas todos como a gente

que por aqui tenho visto:

a gente cuja vida

se interrompe como (quando) os rios.

João Cabral de Melo Neto

O Rio sempre presente,

Companheiro perene de sua caminhada...

A sua descendência está hoje a celebrar,

Às margens do Riacho do Mel

Mesmo há cinquenta anos

Ainda pranteamos a sua partida,  

Como nos versos cantados:

 

“As águas correm para os rios”...


 

Os rios correm para o mar,

Só o pranto dos meus olhos eu não sei...

Não sei onde vai parar....”

 

 

Padrinho Quico,

 

Sua neta Maria Aparecida e Silva Pereira Sobreira, fez esta singela homenagem em nome de todos os seus netos, bisnetos e trinetos que imortalizam a sua memória a partir da história oral, de documentos existentes e, principalmente, da conservação e preservação da sua fazenda e morada - a casa da Boa Vista, que tanto amamos símbolo maior da sua história, da qual descendemos todos nós.

 

                                                                  Teresina PI, 29 de junho de 2015

                                                                   Fronteiras PI, Fazenda Boa Vista,

                                                                         5 de julho de 2015

 

 

Texto: Aparecida 




 


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