Manifestação tem por objetivo reivindicar contra atrasos salariais e redução de carga horária que implica na diminuição do pagamento dos professores.
Aderindo a paralisação deliberada pelo Conselho Nacional dos Trabalhadores em Educação, CNTE, professores das redes municipal e estadual do município de Pio IX realizaram na manhã desta quinta-feira, 30, uma aula pública. A manifestação que ocorreu de forma pacífica também reuniu alunos, pais e toda a comunidade piononense, tendo por objetivo reivindicar as precárias condições de trabalho que os mesmos estão sendo submetidos.
Munidos de faixas e cartazes, os manifestantes percorreram as principais ruas da cidade com direito a paradas em frente a sede da Prefeitura Municipal de Pio IX e da Secretaria Municipal de Educação.
A presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores da Educação de Pio IX (Simtep), Luciene Amorim, destaca que o manifesto busca chamar a atenção da sociedade piononense e do poder público para as condições de trabalho enfrentadas pelos professores, como atraso de salários, e o anúncio da redução de 40h de trabalho para apenas 20h. A mudança anunciada tem provocado revolta na categoria e temor devido aos reflexos diretos no orçamento dos professores.
“Estamos aqui reivindicando contra a terceirização que vai banir os direitos trabalhistas neste país. Enquanto educadores é inadmissível que nos deixemos virar fantoche. Estamos também enfrentado os problemas de atraso salarial, e redução na carga horária de 40h para 20h, onde o salário dos professores será diminuído. Isto pode gerar um constrangimento enorme, tanto para os servidores, para o comércio, muitos destes profissionais levantaram seu patrimônio com base neste salário que contempla as 40h”, disse Luciene Amorim.
A justificativa dada pela prefeita de Pio IX, Regina Coeli Viana, é de que a folha de funcionários está inchada, e a receita que entra no município tem sido insuficiente. A folha de funcionários da Educação de Pio IX é de 308 funcionários segundo dados do Simtep.
Luciene Amorim lamenta que apesar do enjangamento e união da categoria, ainda existem profissionais que não participam da luta e permanecem calados, seja pelo comodismo ou pelo medo de represálias. Ela ainda ressaltou que as reuniões e negociações com a gestão municipal tem ocorrido de forma harmônica. A expectativa é de que as modificações anunciadas não venham a se confirmar.
Preocupação com o orçamento financeiro
A professora da rede municipal de ensino, Luanna Santos, enfatiza que todas as atitudes do poder público municipal tem revoltado a categoria. ” A gente está revoltado e também muito preocupado com estas mudanças de redução para apenas um turno, e este foi um direito que adquirimos. O atraso de salários tem gerado modificações no nosso orçamento e na nossa vida, pois não temos conseguido arcar com os nosso compromissos. Muitas pessoas compraram casas pela Caixa, outras fizeram empréstimos bancários e não tem conseguido quitar no prazo correto as contas”, afirma Luana Santos.
Conquistas
Em reunião com a promotoria do Ministério Público do Trabalho, o Simtep representando a categoria dos professores conseguiu a inclusão da gratificação da regência de segundo turno para os docentes aprovados no concurso de 2012. Por uma questão de interpretação do poder público municipal, a regência contemplava apenas uma parcela destes profissionais que a partir de agora se estende a todos. A decisão foi estabelecida na última quarta-feira, 29, mediante o envio de requerimentos pelos professores.
Fonte: Riachão Net/Piauí em foco