MINHA TERRA ANTIGAMENTE
Uma galinha ciscando
No terreiro de Maria
Uns ovos numa bacia
Pra Chica vender na feira
O pretume da chaleira
Da fumação do fogão
Uma esteira no chão
Pra um pançudim se sentar
Depois comer o fubar
ficar alegre e contente
Agradecer se benzendo
Isso é mesmo que tá vendo
Minha terra antigamente
Um pote numa furquilha
Na boca um pano bordado
Um caximbo bem guardado
Nas brechas de um caritó
O retrato de vovó
Desbotado na parede
Uns tornos de armar rede
No alpendre do oitão
Uma cangai no chão
Um jumento já demente
Escute o que tô dizendo
Isso é mesmo que eu tá vendo
Minha terra antigamente
Um porco fuçando as fezes
Na cintina de padim
Maria de Joaquim
Rodando um fuso no dedo
A carreira de Zé Pedo
Atraz dum garrote manso
Nas grotas corre o remanso
No coice da enxorrada
Gangila dando risada
Sem ter um dente na frente
Simplesmente eu tô dizendo
Isso é mesmo que tá vendo
Minha terra antigamente
Dona Guidé com bravura
Implantando educação
As quadrilhas de são João
Valdir Pereira gritando
Amélia se perfumando
Zeca Galo de bituca
Teresinha mais Patuca
No cafezim da esquina
Mariano e Rosalina
Fazendo mala e refresco
Raimunda com bolo fresco
Pão de ló com café quente
Cara de sapo comendo
Isso é mesmo que tá vendo
Minha terra antigamente
Os fogos embusca do céu
Nas festas da padroeira
Cantado Santa Nogueira
Os benditos de Maria
Quando o padre se benzia
Começava a procisão
Na frente da multidão
Zé Paulino com uma cruz
Era amigo de Jesus
Católico muito decente
E os festejos acontecendo
Isso é mesmo que eu tá vendo
Minha terra antigamente
Nossa mera juventude
No futebol, serenata
Querendo iludir as gata
Dedilhando um violão
Quase morro de paixão
foi um grande desafio
Do outro lado do rio
morava a loura singela
Inda existe a casa dela
Mas ela hoje vive ausente
Eu só estou lhe dizendo
Isso é mesmo que tá vendo
Minha terra antigamente.
Hoje....hoje o tinido assombrador
Das balas de trinta e oito
Os pipocos dando açoito
Nos buracos dos ouvido
O clamor o alarido
De quem só deseja paz
Isso acontece demais
Desrespeito e rebeldia
Falo isso é hoje em dia
Falta sossego pra gente
Isso nos faz sentir dó
Sendo assim foi bem melhó
Minha terra antigamente...
AUTOR; JURDAN GOMES 27.12.214.
Na boca um pano bordado
Um caximbo bem guardado
Nas brechas de um caritó
O retrato de vovó
Desbotado na parede
Uns tornos de armar rede
No alpendre do oitão
Uma cangai no chão
Um jumento já demente
Escute o que tô dizendo
Isso é mesmo que eu tá vendo
Minha terra antigamente
Um porco fuçando as fezes
Na cintina de padim
Maria de Joaquim
Rodando um fuso no dedo
A carreira de Zé Pedo
Atraz dum garrote manso
Nas grotas corre o remanso
No coice da enxorrada
Gangila dando risada
Sem ter um dente na frente
Simplesmente eu tô dizendo
Isso é mesmo que tá vendo
Minha terra antigamente
Dona Guidé com bravura
Implantando educação
As quadrilhas de são João
Valdir Pereira gritando
Amélia se perfumando
Zeca Galo de bituca
Teresinha mais Patuca
No cafezim da esquina
Mariano e Rosalina
Fazendo mala e refresco
Raimunda com bolo fresco
Pão de ló com café quente
Cara de sapo comendo
Isso é mesmo que tá vendo
Minha terra antigamente
Os fogos embusca do céu
Nas festas da padroeira
Cantado Santa Nogueira
Os benditos de Maria
Quando o padre se benzia
Começava a procisão
Na frente da multidão
Zé Paulino com uma cruz
Era amigo de Jesus
Católico muito decente
E os festejos acontecendo
Isso é mesmo que eu tá vendo
Minha terra antigamente
Nossa mera juventude
No futebol, serenata
Querendo iludir as gata
Dedilhando um violão
Quase morro de paixão
foi um grande desafio
Do outro lado do rio
morava a loura singela
Inda existe a casa dela
Mas ela hoje vive ausente
Eu só estou lhe dizendo
Isso é mesmo que tá vendo
Minha terra antigamente.
Hoje....hoje o tinido assombrador
Das balas de trinta e oito
Os pipocos dando açoito
Nos buracos dos ouvido
O clamor o alarido
De quem só deseja paz
Isso acontece demais
Desrespeito e rebeldia
Falo isso é hoje em dia
Falta sossego pra gente
Isso nos faz sentir dó
Sendo assim foi bem melhó
Minha terra antigamente...
AUTOR; JURDAN GOMES 27.12.214.